Homem acusado de estuprar sobrinha de 12 anos em Boqueirão do PI é preso e foge do GPM
Uma adolescente de 12 anos sofreu um estupro, na manhã desta
quinta-feira (28), no município de Boqueirão do Piauí. O acusado do crime,
Silvestre Gonçalves da Costa, é casado com a tia da adolescente.
Antônia Sandra da Silva, mãe da vítima, relatou que deixou as
duas filhas em casa para ir até Campo Maior. “Eu saí pela manhã e deixei as
minhas filhas dormindo, fui até Campo Maior resolver problemas bancários e ele
[Silvestre] estava trabalhando com meu irmão, fazendo uma massa na casa da mãe
dele e perguntou para o meu irmão se eu estava em casa. Ele [irmão] respondeu
que eu não estava, então foi até a oficina onde meu marido trabalha, constatou
que ele estava lá e veio aqui, invadiu minha casa e tentou abusar da minha
filha”, contou.
Foto: GP1
“A menina entrou em pânico porque ele ainda beijou ela, que chamou
minha cunhada, que logo me ligou contando o que aconteceu. Eu liguei para minha
irmã, que é esposa do Silvestre, e ela acionou a polícia, através do cabo
Fontenele. A polícia então saiu em busca dele e conseguiram prendê-lo”, afirmou
Antônia.
Ainda de acordo com a mãe da
adolescente, ela foi até a cidade de Piripiri registrar o boletim de ocorrência
e quando retornou foi até o Grupamento da Polícia Militar, onde estava
Silvestre. “Por volta de 18 horas nós voltamos e eu resolvi passar no
grupamento, lá estavam pegando o depoimento dele. Ele confirmou aos policiais
que invadiu minha casa e tentou abusar da minha filha. Aí o cabo Fontenele
estava na porta, meio afastado para falar ao telefone, e ele [Silvestre] saiu
correndo de dentro do grupamento e até agora não foi preso”, declarou.
Depois disso a mãe conta que
foi até a sede da 1ª CIA/15º BPM, em Campo Maior, prestar um termo de
declaração contra o cabo Fontenele e o sargento Rogério Pereira, que
participaram da ação. “Prestei essa declaração porque eu não entendi porque
eles deixaram ele fugir, já que ele tinha sido pego, porque não levaram ele
para delegacia? Ele confessou o ato e ainda foi solto, praticamente”, criticou.
Confira abaixo o Boletim de Ocorrência
- Foto: GP1Boletim de Ocorrência
Confira abaixo o Termo de Declaração
- Foto: GP1Termo de Declaração
Outro lado
O Portal GP1 conversou com o cabo Fontenele, que
também é subcomandante do GPM (Grupamento da Polícia Militar) de Boqueirão do
Piauí, e prestou esclarecimentos acerca do fato. "Eu como subcomandante do
GPM me encontrava de serviço um dia antes da ocorrência, eu estava saindo do
serviço por volta de 8 horas da manhã, estava me deslocando já pra cidade de
Boa Hora quando o meu telefone toca e era a mãe da vítima me relatando o fato.
Então, eu retornei para receber a ocorrência dela e das 8 horas até as 17h30 da
tarde eu e o sargento R. Pereira intensificamos as buscas na casa dos
familiares dele, mas não o encontramos”, contou.
“Então, eu montei uma
estratégia, sai disfarçado em uma moto de minha propriedade junto com o outro
policial, cada um em uma moto, e recebi a informação de que o acusado se
encontrava na residência de uma irmã dele, em um bairro afastado e convidei o
companheiro para irmos até lá. Chegando ao local conversei com a irmã dele e
ela disse que ele estava lá, eu disse que queria conversar com ele pra saber o
que aconteceu, então ela foi lá pegar ele, ele veio e recebeu a gente”,
explicou.
O policial explicou porque
evitou dar voz prisão: "Eu não poderia, naquele momento, dar voz de prisão
a ele porque ele poderia evadir-se do local, então o que foi que eu fiz,
conversei com ele, o convidei a nos acompanhar até o GPM, e ele foi na
bicicleta. Quando chegou ao GPM eu comecei a interrogá-lo e ele foi réu
confesso do fato, ele disse que teria beijado a menor, que passou na casa da
menor e a mãe dela não estava, ele viu a menor do quarto, teria se aproximado
da menor e dado um beijo na boca da menor, foi na hora que ela acordou e disse
que ia chamar a tia, aí ele só fez sair. No mesmo momento chega Sandra, mãe da
menor", relatou.
"Eu já tinha encaminhado
ela pra Delegacia Regional de Piripiri pra registrar a ocorrência e assim ela
foi, quando ela chegou no GPM, na situação de mãe, começou com palavrões pra
cima do acusado e eu disse pra ela que eu estava conversando com o Silvestre e
pedi que ela aguardasse fora do GPM, e disse para que não se preocupasse porque
tudo iria dar certo", continuou o policial.
Como já era final da tarde, o
policial disse que primeiro ligou para a delegada regional Lucivânia Vidal:
"Pra eu me deslocar de Boqueirão até a minha delegacia regional que é
Piripiri eu rodo cerca 70 km com preso, como ontem já era 18h30 eu liguei pra
delegada regional responsável Lucivânia e expliquei a situação. No entanto ela
disse que quem estava de plantão era o delegado Jorge Terceiro. Enquanto eu
ligava para o delegado, que era exatamente pra ver se ele iria segurar o preso,
nesse intervalo, ele [Silvestre] se levantou da cadeira onde estava e
simplesmente correu, eu ainda consegui derrubar ele na saída da delegacia, mas
por ele ser um homem muito grande, eu e o outro policial não conseguimos
intervir a fuga dele, então o que aconteceu foi isso", esclareceu.
"Hoje eu estou de alma
limpa. Eu até conversei com a delegada Lucivânia hoje e ela me pediu os dados
dele e disse que ia pedir a prisão dele [Silvestre] porque com o pedido de
prisão podemos prender ele, porque não tem mais o flagrante", afirmou.
O cabo aproveitou para fazer um
apelo a população: "Entendo a situação da mãe, que se encontra com a
adrenalina lá em cima, eu sou pai, tenho duas filhas e rezo para que não
aconteça um fato desse com elas. Agora, a sociedade também tem que rever a
nossa situação, ontem eu estava com um policial no GPM, eu passei o dia nas buscas,
abandonei minha família na minha folga pra fazer as buscas porque eu tenho o
interesse social", desabafou.
"Eu acredito que logo
depois que passar o fim de ano, na semana do dia 2 até o dia 05, conseguimos a
prisão preventiva dele", garantiu.
Por BRUNNO SUÊNIO / Portal GP1
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