Presidente da Caixa diz em reunião a possibilidade de “matar ou morrer” ao criticar o isolamento social
O presidente da Caixa,
Pedro Guimarães, disse em reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro
que se sua filha fosse para o camburão, como ocorreu com a família do deputado
Luiz Lima (PSL-RJ), ele iria pegar suas 15 armas para “matar ou morrer”. “Que
p* é essa? O cara vai pro camburão com a filha. Se fosse eu, ia pegar minhas
quinze armas e .. . ia dar uma … eu ia se … eu ia morrer. Porque se a minha
filha fosse pro camburão, eu ia matar ou morrer.”A gravação do encontro foi
divulgada nesta sexta-feira pelo ministro Celso de Mello, relator no Supremo
Tribunal Federal (STF) do inquérito que investiga se o presidente Jair
Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal para ter acesso a inquérito
sigiloso.
A mulher e a filha do
deputado Luiz Lima foram detidas no dia 21 de abril por estarem nadando na
praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Elas teriam descumprido o decreto do
governador Wilson Witzel que proíbe a circulação no local.
Na sua intervenção, o
presidente da Caixa ainda chamou de “frescurada” o esquema de home office
adotado durante a pandemia do coronavírus e disse que há 30 mil funcionários do
banco nas ruas. “Não tem esse negócio, essa frescurada de home office. Eu já
visitei quinze agências, e você em casa?”, disse Guimarães ao narrar uma
conversa que teria tido com funcionários de uma emissora de televisão.
“Quer dizer, eu posso ter
trinta mil brasileiros nas agências lá…Sabe quantas pessoas a Caixa está
pagando hoje? Sete milhões de pessoas. E todo mundo em home office. Que
porcaria é essa?”, declarou durante a reunião ministerial do dia 22 de abril.
Ele contou, ainda, que avisou a esposa que se tiver qualquer coisa vai tomar um
litro de cloroquina, medicamento defendido por Bolsonaro para tratar a
covid-19, mas sem comprovação científica.
Guimarães ganhou a
simpatia de Bolsonaro por atender de antemão os pedidos para baixar juros,
principalmente no cheque especial. O presidente da Caixa e é frequentador
assíduo do Palácio da Alvorada, onde participa frequentemente das lives do
presidente. O Estado procurou a assessoria do presidente da Caixa, mas ainda
não teve resposta.
Fonte: Estado de S. Paulo


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